quinta-feira, 8 de abril de 2010

Descriminação

É incrível como as pessoas ainda ignoram a presença e às leis das Pessoas com Deficiência, dias atrás estive em uma loja de telefonia, queria apenas trocar meu velho aparelho celular, é aí que tudo começa, o que poderia ser uma simples e desenrolada ação passa a ser uma desgastante e tensa tentativa de ter os nossos direitos respeitados.

Acompanhado de minha esposa entramos na loja, ela pegou uma senha e fomos aguardar, pronto, eis um início de tudo para dar em nada. Um atendente vendo um cadeirante (eu) logo se aproximou e nos disse para que fossemos atendidos como sendo "especiais", pois bem, obrigado pela atenção.
No entanto, nossa senha nos dava o direito de sermos atendidos em 2º lugar, então, passou se 7 pessoas em minha frente quando chamei o atendente e disse-lhe: "prefiro minha senha normal, pois, já se passaram 7 e eu ainda estou aqui sem ser atendido, não entendi o significado de ser "especial".

O rapaz com certa boa vontade dirige-se ao guichê "atendimento preferencial" e diz ao atendente para nos atender, vejo quando o atendente faz sinal de negativo e sai, pois bem, o atendente dirige-se à outro atendente bem a minha frente e lhe pergunta se poderia me atender, o sujeito na maior falta de educação e respeito diz que o horário acabou e ele tava indo embora, como de fato o fez!
Nem preciso dizer que minha paciência estava por um fio, né?

Olhei para a gerente e a mesma percebendo a "cagada", insistia em ficar grudada ao celular, devia tá falando com São Pedro, pelo menos pedindo orientação de como sair dali sem ser chamada por mim, perda de tempo...
Como insistiu em nos ignorar, minha mulher foi lá e a chamou, eu logo disse: a senhora não deveria estar gerenciando a loja e o sistema de atendimento? "Sim, qual o problema?"
Expliquei tudo com muita calma, e, disse-lhe que quando um cadeirante entra numa loja, nem sempre ele pedirá esmola ou ajuda, às vezes queremos ser atendidos, só isso!

Com todo respeito que ela merece, a digníssima arrumou uma atendente para nos atender e, pasmém, foi atender outro cliente. Ora, se sabe atender, porque não nos atendeu logo?

Em fim, fui atendido, justiça seja feita, muito bem pela atendente Dayana. Fui embora com aquele sentimento horrível de discriminação velada, chegando em casa enviei um e-mail à ouvidoria da empresa relatando o absurdo, 10 dias depois me responderam, provavelmente, com uma resposta padrão, pois, não mencionava em nada o assunto da reclamação e nos agradecia pela preferência, é mole?

Nessas horas me vem à cabeça, se tivesse atendentes com Deficiência Física naquela loja, tenho certeza que todos os clientes, sem distinção, seriam muito bem atendidos.
Prestem atenção senhores empresários, há uma legião de gente competente querendo e precisando trabalhar, e, o fato de apresentarem alguma deficiência física não lhes tiram a competência e nem muito menos, a educação.

A loja em que eu estive e aconteceu essa presepada é a Loja da VIVO do Shopping Campo Grande.

Por Adriano Garcia do Blog Acessibilidade no MS

6 comentários:

  1. Apetece exclamar "Comentários para quê?"
    Isto também existe no nosso país?

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  2. É desumano demais Ana!

    Nunca tive conhecimento de tal absurdo no nosso Portugal. Mas não quer dizer que não aconteça.

    Para mim seria imediatamente caso de policia. Descriminação é crime.

    Fica bem.

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  3. Eduardo,

    Sinto muito pelo que aconteceu com o Adriano, mas,infelizmente, isso não aconteceu somente com ele. Já vi várias pessoas reclamando da empresa Vivo. A Vivo está entre as vinte empresas que recebem mais reclamações. Se bem que o problema de telefonia, aqui no Brasil, foi responsável por 37% de todas as reclamações recebidas pela fundação do Procon (Proteção ao Consumidor) no ano passado.
    Às vezes, por incrível que pareça, é melhor pegar uma senha comum do que especial, diante ao desrespeito em relação às pessoas com deficiência. É revoltante!
    Ouvidoria para esses casos, não resolve nada.
    Tive problema com celular da empresa Claro(que ficou em 6º lugar de reclamação), e por muito menos que o Adriano, fui direto ao Procon. Lá conseguiram resolver o meu problema. A meu ver, o Procon é o melhor lugar para resolver esses assuntos.

    Abraços e fique bem!

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  4. Fica teu conselho, Vera! Pelos vistos além de descriminarem também são incompetentes.
    Eu parece-me que a Vivo também pertence à empresa portuguesa PT. Se for esse o caso tratamento dado aos clientes de Portugal é bem diferente do dado aos clientes brasileiros.

    Enfim...

    Fica bem.

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  5. Tudo dito! Fica aqui minha indgnação. Tbm vou ao Procon reclamar da Claro.
    Abraços

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  6. Estás certa, Andrea!

    Sem fazer nada é que não podem e ou devem ficar.

    Fica bem.

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