quinta-feira, 8 de abril de 2010

Ser Dependente


Aconselho-vos a disporem de uns minutinhos e lerem com atenção este artigo publicado pelo Blog Ser Lesado. Tem alguns tópicos muito interessantes. Eu que sou dependente, identifico-me com alguns.

Um dos maiores desafios atuais para a enfermagem passa inevitavelmente pela construção de conhecimentos para consubstanciar a prática do cuidado de pessoas com deficiência, entre as quais se destacam aquelas com lesões neurológicas medulares em nível cervical, pela complexidade do comprometimento de seus segmentos e funções corporais como também pelo alto grau de dependência para o desempenho do básico em termos de atividades cotidianas e autocuidado.

Considera-se a autonomia como uma forma de liberdade pessoal baseada no direito que as pessoas têm de se expressar cuidando-se, sobretudo, preservando-se da interferência de terceiros em situações que impliquem na violação/invasão da privacidade e da intimidade corporal, no risco de expor odores internos, secreções, enfim, na necessidade de compartilhar o lado mais frágil da condição humana. Para ser autônomo, o indivíduo deve ser capaz de pensar racionalmente e se autogerenciar, caso contrário, sua capacidade para a tomada de decisões estará comprometida e outra pessoa deverá decidir por ele.

Estudos evidenciam que cuidadores familiares, entre eles os pais de pessoas com lesão em nível cervical, recebem escassa orientação por parte dos profissionais a respeito dos cuidados com a saúde(5,7), não obstante lidarem com os múltiplos aspectos e complicações das pessoas com seqüelas incapacitantes, condições de vida que lhes impõem acentuadas limitações motoras, sensitivas e sensoriais, capazes de alterar-lhes a dinâmica da vida, tornando-as, muitas vezes, dependentes de terceiros para movimentar-se e agir com maior ou menor independência para suprir necessidades/atividades da vida diária e do autocuidado.

2 comentários:

  1. "escassa" informaçao, eu digo mesmo que nao dao nenhumas. Primeiro, quando somos internados em Alcoitao ou outro centro de reabiltação, ficamos sozinhos, ou seja sem cuidador, o que porexemplo n acontece no Brasil. Em que no centrro Sarah Kubischek, só aceitam tetraplegicos com acompanhante, p esses aprenderem a lidar conosco. Tive em alcoitao e nunca ensinaram uma transferencia! no quarto passavam sempre em dois, e nunca passa pela cabeça deles k nem sempre temos duas pessoas!n ensinaram nadaaa, simplismente dao alta carol

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  2. Carol, não sabia que tinhas um blogue! Já o pus nos favoritos para depois ver com calma.

    Tens toda a razão. Acho uma grande falha. Mas o CMR Alcoitão dá formação aos nossos cuidadores. O que deixa muito a desejar é acompanhamento após alta.
    Fica bem e gostei muito de te ter por aqui.

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