quinta-feira, 31 de março de 2011

Hospital de Cascais, Garcia de Orta, Vila Franca de Xira e do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio campeões em reclamações


Os estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) receberam uma média de cinco reclamações por hora, durante o ano passado. Ao ritmo de cerca de 135 por dia, registaram um total de 49.197 queixas em 2010. Mas foi a primeira vez, em 25 anos, que se verificou uma diminuição no número de reclamações dos cidadãos que recorrem às unidades de saúde públicas. Um sinal de que os serviços estão a fazer esforços para melhorar "a acessibilidade, a comunicação/relacionamento com os cidadãos e as próprias condições estruturais e organizacionais", conclui a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) no Relatório do Gabinete do Utente ontem divulgado no seu site .

O número de reclamações nos hospitais públicos e nos centros de saúde tem vindo a aumentar gradualmente desde que, em 1986, a então ministra da Saúde, Leonor Beleza, criou os gabinetes do utente. Mas no ano passado verificou-se o contrário - as queixas diminuíram sete por cento (menos 3582), face a 2009. Resultados positivos que se devem, em parte, ao trabalho de avaliação de cariz pedagógico e de acompanhamento, pela IGAS, da actividade desenvolvida pelos gabinetes do utente, que "contribuiu para sensibilizar os responsáveis pelos serviços e instituições do SNS no sentido de adoptarem metodologias destinadas a melhorar a qualidade dos serviços prestados e o grau de satisfação dos cidadãos/utentes", refere o relatório.

Olhando para os números, percebe-se que a taxa de reclamações é muito superior nos hospitais por comparação com os centros de saúde. Se, nos hospitais, a taxa é de 1,48, nos centros de saúde fica-se pelos 0,55 por mil (o que significa que há uma reclamação por cada dois mil actos).

O tempo de espera continua a ser a principal causa de crítica nos hospitais, seguida dos problemas no atendimento e dos "cuidados desadequados". Nos centros de saúde do Norte, do Centro, de Lisboa e Vale do Tejo e do Alentejo, a maior parte de reclamações esteve associada a "doentes sem cuidados" (sobretudo devido à falta de médico de família), enquanto no Algarve o tempo de espera foi o motivo mais frequente de crítica. Quatro hospitais públicos obtiveram taxas de reclamações superiores a 2,5 por mil, em 2010. Neste conjunto, a unidade que mereceu mais queixas foi o Hospital de Cascais, seguida do Garcia de Orta (Almada), Vila Franca de Xira e do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio.

Fonte: Público

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