sábado, 27 de abril de 2013

Relação entre tetraplégico e cuidadora vira amor

Quando comecei a ler Como Eu Era Antes de Você, pensei ser mais uma dessas histórias em que um tetraplégico desenvolve uma relação bonita com seu cuidador, a exemplo do excelente O Segundo Suspiro.


Hesitei se continuava ou não, e decidi ir em frente. Que bom que não parei.

O novo livro de Jojo Moyes, também autora de A última Carta de Amor, é uma obra que alcança um grau de sensibilidade que tira lágrimas como poucos, e sem ser piegas.

Will Traynor é um cara incrível, inteligente, astuto, mas que se tornou uma pessoa amarga, mal humorada e sem nenhuma perspectiva após ser atingido por uma motocicleta e ficar tetraplégico. Ok, esse tipo de situação só sabe dizer quão difícil é os que passam por ela.

Mas Jojo consegue criar uma personagem, Louisa Clark, que vai mudar a vida desse homem, e a dela mesma também.

Lou é uma jovem de 26 anos sem muitas ambições e que mora com a família – os pais, uma irmã mãe solteira e o avô que precisa de cuidados constantes devido a um derrame.

Após deixar o emprego de garçonete num pequeno café de sua cidade, ela aceita a vaga de cuidadora de Will. Tarefa para qual não tem experiência, mas que paga o suficiente e, definitivamente, vai mudar a vida de ambos.

Para ajudar Will a dissuadir-se da ideia de pôr fim ao tormento em que vive, Lou vai à busca de respostas na internet. Fala com tetraplégicos na web, pesquisa, impõe à própria vida um sentido que não havia antes: ajudar Will, que retribui aprendendo com as atitudes dela e ajudand0-a em questões muito simples para ele, e muito complicadas para ela.

Trecho:

“O pior de se trabalhar como cuidadora não é o que as pessoas pensam. Não é carregar e limpar a pessoa, os remédios e os lenços de limpeza e o distante, mas de algum modo sempre perceptível, cheiro de desinfetante. Não é nem o fato de quase todo mundo achar que você faz isso porque não tem inteligência suficiente para fazer outra coisa. O pior é o fato e que, quando se passa um dia inteiro num estado de real proximidade com outra pessoa, não há como escapar do estado de humor dela. E nem do seu próprio.”

“Eu contei para ele que o amava, a voz descendo de tom até o sussurro. E ele disse que isso apenas não bastava.”

Jogue-se nesse livro, ele é incrível, e prepare-se para rir e chorar de verdade!

Fonte: R7

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